Ensaio sobre “os malefícios sociais da série Morangos com Açúcar” PARTE II

Continuação... (se não leu a 1º parte, carreque aqui)

Na 1º parte do post, ficou-se a falar dos movimentos jovens. Entendo por movimentos jovens, não só coisas ligadas à música, mas também a sociedade em que estes se inserem. Os criadores da série querem fazer-nos acreditar que a realidade social desta é similar à sociedade real.
Na série:
Eles vão ao bar do Fred, durante os dias de aulas, fazem grandes festas com gajas em cima dos balcões, bebem sumos de laranja, e morang-ice. Ninguém fuma, bebe, droga-se, ou diz palavrões. Todos fazem “amor”, e tão sempre preocupados com as relações pois não querem magoar a outra pessoa. Só fazem o tal “amor” quando estão muito apaixonados.
A realidade:
Vão pós bares apanhar grandes camadas (se é que já não seguem a politica espanhola do botellon), aos fins-de-semana. As festas não são em bares mas sim, a sua maioria em discotecas, onde disputam pelas gajas mais porcas, e competem em como conseguem comer mais gajas do que os amigos. Ninguém, no seu perfeito estado de espírito, quando sai à noite, bebe sumos, ou águas (a não ser que esteja pastilhado, mas isso é outra historia), apanham grandes besanas, chegando-se a gregar todos, fazendo figuras altamente degradantes, fumam como chaminés, grande parte fumam ganzas, charros, erva, etc. Entre eles, não há uma frase que não acabe em “foda-se”, ou não contenha o termo “caralho”. Ninguém faz “amor”. Dão trancadas, fodem a porca, dão uma ganda foda, comem a puta, etc. Pra fazer o dito “amor”, não é preciso estar apaixonado. Podem fazer tanto com desconhecidas, como com a namorada do melhor amigo.

A única série dos MCA que se aproximou desta realidade foi a 1º série. O Pipo, só queria montar a Joana. O Ricardo, bebia, comia porcas, etc. O rodas, drogava-se como gente grande, e incentivava o amigo a drogar-se também. Quase todos embebedavam-se que nem gente grande. Não eram como os merdas de agora que só bebem sumos, sumol, etc.


Open Casting

Este foi um dos maiores erros da TVI. Escolherem pseudo-actores amadores. Como disse alguém num blog:

“Os actores, parece terem sido escolhidos intencionalmente para brotarem da turba, e facilitarem assim a maior identificação entre o jovem que vê a série e o jovem que aparece no écran, sem dar grande importância à qualidade da interpretação…”

Isto associado à quase inexistência de actores experientes (houve uma tentativa quase falhada de introduzir a Simone de Oliveira), leva a que o elenco da série seja muito pobre, em termos de representação. Actores escolhidos pelos seus atributos físicos, em detrimento dos mentais, ou artísticos, personagens pouco desenvolvidas, ligadas a estereótipos altamente enraizados, sem construção de novas características psicológicas, que poderiam desenvolver a personagem, guião muito pobre, sendo, basicamente uma reciclagem dos guiões das séries anteriores dos MCA, não havendo nenhum esforço para “renovar”.

FIM DA PARTE II